Gás Lacrimogêneo, Balas de Borracha...

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sábado, 10 de outubro de 2009

Dia dos Professores

Parabéns a todas e todos mestras e mestres que com o seu trabalho e sua dedicação, garantem a continuidade da esperança a milhões de crianças e adolescentes desse pais. Só através da escola pública vamos transformar a realidade perversa, onde segundo o IBGE 63% na faixa de 18 a 24 anos não terminam o Ensino Médio e 8% das crianças ainda não foram alfabetizadas. Das crianças e jovens até 17 anos 44,7%, vivem em situação de pobreza (rendimento mensal per capta igual a menos de meio salário mínimo) e 18,5% estão submetidos a  uma renda mensal per capta de menos de 1/4 do salário mínimo (situação de extrema pobreza).
Nessas condições o trabalho dos profissionais do magistério fica ainda mais difícil, pois a prioridade dessas crianças é a sobrevivência e a grande maioria dos seus pais ou responsáveis não vê a educação como prioridade, reproduzindo um ciclo que é de interesse da classe dominante, pois a desigualdade social permanece praticamente intocada.
As imagens de crianças do Maranhão, estudando sentadas em blocos e pedaços de madeira expressam a tragédia dessa realidade imposta pelos governos as escolas do nosso país, onde banheiro é um luxo e os recursos da merenda escolar muitas vezes vai parar nas contas bancárias dos corruptos.
Nesse contexto o descaso com a escola pública se reflete em péssimas condições de salário e de trabalho exigindo dos professores convicção, resistência e determinação para resgatar pelo menos parte desse gigantesco contingente e resistir para reverter essa política perversa do PSDB em São Paulo com obras e projetos eleitoreiros, ao mesmo tempo em que reduz os parcos recursos da educação, pagando salários ridículos aos docentes, que muitas vezes enfrentam até risco de vida para exercer sua profissão e educar a juventude nos bolsões de miséria dos grandes centros urbanos. Por outro lado, o governo Lula entrega mais de 10 bilhões de dólares ao FMI, enquanto 18% das escolas brasileiras não têm sequer energia elétrica.
Lutar e Resistir para derrotar os Poderosos!


Prof. Paulo Neves
Secretário de Comunicações da APEOESP

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A APEOESP DENUNCIA "Audiência Pública na ALESP


O Deputado Carlos Gianazzi mostrou slides com fotos de escolas da capital, da Grande São Paulo e do Interior, abandonadas e com as instalações depredadas. Denunciou que em várias escolas onde estão sendo efetuadas reformas, os desvios de verbas e a corrupção se generalizaram, conforme divulgação dos órgãos de imprensa.
O Deputado Raul Marcelo lembrou um estudo da Fundação Lehman comparando a educação no Brasil e em Cuba, apontando três elementos complementares que fazem a diferença: a permanência do aluno na escola por um período de 8 horas, com atividades curriculares letivas regulares, esportivas e culturais; a valorização profissional do professor que só perde para os médicos em matéria de salários e o número limitado de alunos por turma, por exemplo no ensino médio é de no máximo 15 alunos. Enfatizou que em outros países de sucesso educacional como o Japão e a Coréia do Sul esses elementos são semelhantes aos de Cuba.
O representante da CONLUTAS denunciou que com a aprovação do PLC 19 (Lei 1043/09), cerca de 30 mil professores foram demitidos e que em muitas escolas os alunos estão sem aulas, pois de acordo com a nova regra, os docentes Categoria L, são impedidos de terem aulas atribuídas. Frisou ainda que São Paulo paga o 10º e 14º salário do Brasil apesar de concentrar cerca de um terço do PIB do país. Denunciou ainda as péssimas condições de trabalho impostas aos docentes e que com esse projeto apenas 800 professores chegariam ao topo da carreira, o que não representa nada, pois daqui a treze anos a inflação de cerca de 5% ao ano, na hipótese de uma economia estável, vai representar uma defasagem no salário de quase 80%, situação já enfrentada atualmente pois como não há recomposição salarial, as perdas em relação a 1998 ultrapassam 27% e chegarão no final desse ano a cerca de 34%. Denunciou também que a categoria está sendo obrigada a trabalhar 13 sábados sem receber sequer hora extra.
Nas conclusões Paulo Renato não demorou nem 5 minutos e de forma arrogante se retirou sem dar nenhuma satisfação sobre os diversos pontos levantados pelos presentes, mostrando a face arrogante, autoritária e de desrespeito ao magistério, o que tem sido a tônica da política do PSDB em São Paulo, nos últimos 15 anos.
Considero importante reavaliarmos nossa participação nesse tipo de evento, uma vez que além de não representar nenhum avanço, apenas legitima a posição do governo e submete os professores presentes a uma situação constrangedora, pois é destacada mais de uma dezena de policiais para ficarem vigiando os docentes na galeria, fazendo abordagem durante praticamente todo tempo.

Paulo Neves

Secretário de Comunicações da APEOESP