Jornal da Tarde
Sábado, 30 de junho de 2007
Professores clamam: segurança
Professores pedem mais segurança
Categoria quer solução rápida contra a violência
Camilla Haddad, camilla.haddad@grupoestado.com.br
Cerca de 200 professores e diretores de escolas públicas de São Paulo realizaram ontem protesto em frente à Secretaria Estadual de Educação, na Praça da República, contra a falta de segurança nas escolas. Os manifestantes também pediram melhores condições de trabalho. O ato, que começou às 14h e durou três horas, aconteceu numa semana em que uma professora teve o dedo decepado por um aluno em São Bernardo e outra foi agredida a socos em Suzano. Há dez dias um aluno de 14 anos colocou fogo no cabelo de uma professora em São José do Rio Preto, no Interior.
Para o presidente da Associação dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), Carlos Ramiro, o problema da violência contra o professor tem de ser resolvido com urgência. “É impossível dentro do processo de ensino e aprendizado você ter uma relação dessa”, disse, referindo-se ao episódio da professora de Suzano, que apanhou no corredor da escola.
Durante a manifestação, representantes da categoria foram recebidos por uma comissão da secretaria. Professores entregaram a pauta de reivindicações que incluem melhorias na infra-estrutura das escolas. Isso evitaria, por exemplo, que diretores tenham de cobrar por cópias de provas.
O governo do Estado divulgou ontem balanço sobre agressões contra docentes. Em 2006, 217 professores foram agredidos por alunos - o que corresponde a 0,1% dos 250 mil professores. A secretária de Educação, Maria Lúcia Vasconcelos, disse que os problemas de agressão na rede pública são os mesmos de qualquer outra escola. “Não estou minimizando o problema, mas a sociedade está violenta e acabamos reproduzindo isso.”
Os dados irritaram o presidente da Apeoesp. “O número é bem maior, só que a secretaria faz os cálculos sobre os boletins de ocorrências. E a violência sofrida pelo professor do portão para fora? Não conta?” Ramiro disse que muitos professores, com medo, não denunciam agressões na polícia. Paulo Neves, que é professor de escola pública em São Bernardo, também discordou dos dados divulgados. “É mentira. Só em São Bernardo tivemos 20 professores agredidos desde março. A violência banalizou-se e o governo não está se dando conta da gravidade.”
Os manifestantes também lembraram o caso da diretora da Escola Estadual Maria da Glória Costa e Silva, que foi afastada após ser denunciada por cobrar R$ 1 dos alunos por cópia de prova e voltou ao cargo ontem. “A cobrança não existiria se o Estado fornecesse os recursos”, enfatizou o presidente do Sindicato dos Diretores de Escola do Estado de São Paulo, Luiz Gonzaga.
segunda-feira, 30 de julho de 2007
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