Gás Lacrimogêneo, Balas de Borracha...

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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A APEOESP DENUNCIA "Audiência Pública na ALESP


O Deputado Carlos Gianazzi mostrou slides com fotos de escolas da capital, da Grande São Paulo e do Interior, abandonadas e com as instalações depredadas. Denunciou que em várias escolas onde estão sendo efetuadas reformas, os desvios de verbas e a corrupção se generalizaram, conforme divulgação dos órgãos de imprensa.
O Deputado Raul Marcelo lembrou um estudo da Fundação Lehman comparando a educação no Brasil e em Cuba, apontando três elementos complementares que fazem a diferença: a permanência do aluno na escola por um período de 8 horas, com atividades curriculares letivas regulares, esportivas e culturais; a valorização profissional do professor que só perde para os médicos em matéria de salários e o número limitado de alunos por turma, por exemplo no ensino médio é de no máximo 15 alunos. Enfatizou que em outros países de sucesso educacional como o Japão e a Coréia do Sul esses elementos são semelhantes aos de Cuba.
O representante da CONLUTAS denunciou que com a aprovação do PLC 19 (Lei 1043/09), cerca de 30 mil professores foram demitidos e que em muitas escolas os alunos estão sem aulas, pois de acordo com a nova regra, os docentes Categoria L, são impedidos de terem aulas atribuídas. Frisou ainda que São Paulo paga o 10º e 14º salário do Brasil apesar de concentrar cerca de um terço do PIB do país. Denunciou ainda as péssimas condições de trabalho impostas aos docentes e que com esse projeto apenas 800 professores chegariam ao topo da carreira, o que não representa nada, pois daqui a treze anos a inflação de cerca de 5% ao ano, na hipótese de uma economia estável, vai representar uma defasagem no salário de quase 80%, situação já enfrentada atualmente pois como não há recomposição salarial, as perdas em relação a 1998 ultrapassam 27% e chegarão no final desse ano a cerca de 34%. Denunciou também que a categoria está sendo obrigada a trabalhar 13 sábados sem receber sequer hora extra.
Nas conclusões Paulo Renato não demorou nem 5 minutos e de forma arrogante se retirou sem dar nenhuma satisfação sobre os diversos pontos levantados pelos presentes, mostrando a face arrogante, autoritária e de desrespeito ao magistério, o que tem sido a tônica da política do PSDB em São Paulo, nos últimos 15 anos.
Considero importante reavaliarmos nossa participação nesse tipo de evento, uma vez que além de não representar nenhum avanço, apenas legitima a posição do governo e submete os professores presentes a uma situação constrangedora, pois é destacada mais de uma dezena de policiais para ficarem vigiando os docentes na galeria, fazendo abordagem durante praticamente todo tempo.

Paulo Neves

Secretário de Comunicações da APEOESP

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